Em homenagem ao meu ofício de viver.
Entro no ambiente claro, grande, concreto. Ainda pouco movimento. Um bocejo num canto.
Aos poucos as pessoas vão chegando. Preenchendo o espaço. Agora não mais vazio. Vazio...
Um bom dia tímido, um olhar por alto, um sorriso preguiçoso. A tensão começa.
Os olhares agora estão virados para a tela do computador, que parece também acordar. Um outro aviso tecnológico também desperta no não-vazio - o constante tilitar dos celulares. Um a um, como uma barulhenta sinfonia sem ritmo.
Vejo tudo do meu pequeno-espaço-pequeno. Sem me perguntar, [tenho medo da resposta] entro no esquema. As horas começam o seu contar-contra e vagarosamente consomem o meu dia. Dia a dia.
Um sucesso, um não, um apoio, uma cobrança, um elogio, um obrigado, um desaforo, uma má resposta, uma pergunta. Um. Que completa um todo, que preenche o vazio.
Só quero estar perto de tudo que me torna útil, viva, humana.Sem me esquecer do completo: ser.
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