sábado, 13 de novembro de 2010

Seu dia.

Em homenagem ao meu ofício de viver.


Entro no ambiente claro, grande, concreto. Ainda pouco movimento. Um bocejo num canto.
Aos poucos as pessoas vão chegando. Preenchendo o espaço. Agora não mais vazio. Vazio...
Um bom dia tímido, um olhar por alto, um sorriso preguiçoso. A tensão começa.
Os olhares agora estão virados para a tela do computador, que parece também acordar. Um outro aviso tecnológico também desperta no não-vazio - o constante tilitar dos celulares. Um a um, como uma barulhenta sinfonia sem ritmo.

Vejo tudo do meu pequeno-espaço-pequeno. Sem me perguntar, [tenho medo da resposta] entro no esquema. As horas começam o seu contar-contra e vagarosamente consomem o meu dia. Dia a dia.

Um sucesso, um não, um apoio, uma cobrança, um elogio, um obrigado, um desaforo, uma má resposta, uma pergunta. Um. Que completa um todo, que preenche o vazio.

Só quero estar perto de tudo que me torna útil, viva, humana.Sem me esquecer do completo: ser.



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